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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O Albergue de Orisson (Parte 1)


Chegando no albergue de Orisson.
Nem acreditava que estava chegando no primeiro albergue do meu caminho. Estava cansado, ansioso e com fome. Estava também um pouco inseguro pois nunca tinha dormido em um albergue, estava sozinho, teria que falar com peregrinos de outras partes do mundo e não sabia como seria esta experiência. Além disso, a subida tinha sido dura, peguei muito sol, chuva, granizo, chuva, sol de novo, um pouco de barro também. Sem falar que já acumulava muitas horas sem dormir direito.

Entrei no restaurante, localizei o proprietário e fui falando, em francês, que tinha feito uma reserva no meu nome. Ele perguntou o sobrenome, falei qual era e ele começou a procurar, procurar... perguntou de novo, pediu para soletrar, e nada de achar meu nome. Ele já aparentava um certo nervosismo, e eu também, pois comecei a achar que estava falando algo errado. Falei que tinha reservado por e-mail e que confirmei a reserva "lá embaixo", em SJPP. Mostrei a cópia do e-mail, ele olhou, procurou no caderno dele, e nada de achar. Pediu para ver meu passaporte e soltou um "ah! você tem dois sobrenomes! Está aqui tua reserva. Eu já estava achando que eu tinha feito besteira!". 
O bar/recepção do albergue
Ufa! Fez então o meu registro, colocou o carimbo do albergue na minha credencial (o primeiro carimbo em albergue a gente nunca esquece!) e me levou até a parte de cima do restaurante, onde ficam os quartos. Indicou um beliche e disse para eu ficar na parte de cima, explicando que no Caminho é o costume: mais jovens na parte de cima para que os mais velhos e os que estiverem com algum problema possam ficar na parte de baixo. Corretíssimo! 
Mostrou o banheiro, falou mais algumas coisas e mandou o encarregado me dar a ficha do banheiro (?). Ao receber a ficha, o encarregado me explicou que devia coloca-la na "caixinha" em cima da torneira do chuveiro. A partir deste momento teria 5 minutos de água. E, detalhe, era daquelas torneiras que você aperta e sai água por alguns segundos, então você tem que apertar de novo. Mas compreendi que se não fizessem assim, um peregrino mais demorado poderia atrapalhar (e muito) os outros. 
O deck em frente ao albergue.
Perguntei sobre lavar a roupa e ele disse que poderia lavar à mão no banheiro e secar na máquina, já que o tempo estava chuvoso. Como não sabia se teria uma oportunidade de lavar no próximo albergue, comprei uma ficha da secadora. E já estava com alguma roupa suja acumulada, como o fleece que lavei e sequei de qualquer jeito no banheiro do café, na estação de Bayonne.
Reconhecido o lugar e recebidas as instruções, fui então me ajeitar e fazer a minha "obrigação" do dia.
A linda vista do deck do albergue de Orisson.

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